Existem muitas estratégias para gestão de riscos que oferecem proteção contra subidas no mercado para long hedgers, aqueles que compram grãos e oleaginosas, como processadores de grãos, fabricantes de alimentos para animais e empresas de alimentos.
As circunstâncias para cada hedger são diferentes, e os hedges de que precisam dependem dos objetivos específicos e da situação financeira da empresa, além do seu próprio nível de tolerância ao risco.
Por causa disso, não há uma estratégia perfeita que se adapte a todos os hedgers em todas as condições de mercado, nem há uma estratégia que um hedger individual pode usar em todas as situações.
Este capítulo trata de algumas das estratégias mais comuns de long hedging, mas não fala de todas elas. Os long hedgers, que são hedgers que compram opções futuras para se protegerem contra o aumento de preços, precisam entender as várias alternativa para gestão de riscos e saber quais delas funcionam melhor para o que precisam em um determinado momento.
Neste módulo, vamos rever algumas estratégias de long hedging e comparar os prós e contras.
Nessa comparação, vamos falar sobre um fabricante de alimentos para animais que está planejando comprar milho mais para o fim do ano.
Vamos supor que o preço futuro do milho para dezembro esteja atualmente em US$ 4,00 por alqueire. Por uma questão de simplicidade, desconsideraremos a base e usaremos preços hipotéticos para futuros e opções de milho.
A posição futura comprada é a estratégia mais básica para um comprador de grãos, oferecendo proteção contra o aumento de preços. Digamos que nosso fabricante faz uma compra de posição futura de milho para dezembro a US$ 4,00.
A principal vantagem é que, com isso, o fabricante fixa o preço de US$ 4,00 antes da compra real. Se os preços futuros subirem no período entre a compra e o mês de dezembro, o preço de compra dele estará protegido. Mas, com esta estratégia, não é possível aproveitar uma hipotética queda nos preços do milho.
Se o fabricante quiser se proteger contra o aumento nos preços sem perder a chance de comprar milho a um preço menor se os preços futuros caírem, uma boa e flexível opção é uma opção de “long call”, por exemplo, adquirir a opção de compra at the money a um preço de exercício de US$ 4,00 por um prêmio de 30 centavos.
A aquisição desta opção de compra estabelece um preço de compra máximo (teto) de US$ 4,30, ou seja, o preço de exercício mais o prêmio, sem que o fabricante perca a oportunidade de pagar um preço menor em caso de queda no mercado.
Ao adquirir a opção de compra, o fabricante não precisará colocar uma garantia de execução, mas pagará imediatamente o prêmio de 30 centavos para ter proteção e a oportunidade dada pela opção de compra.
Em um mercado estável, uma posição vendida em opção de venda (ou short put) pode oferecer ao fabricante o melhor preço líquido de compra, mas é uma estratégia mais arriscada. Vamos supor que ele venda uma opção de venda de milho at the money e receba por ela o prêmio de 30 centavos.
Enquanto o mercado permanecer estável, o fabricante reterá o prêmio de 30 centavos, o que, na prática, reduzirá o preço de compra líquido.
No entanto, a eficácia desta estratégia depende de um mercado estável. A opção de venda vendida (ou “short put option”) estabelece um preço mínimo de compra de US$ 3,70, ou seja, o preço de exercício menos o prêmio, o que, na prática, diminui as chances de o fabricante aproveitar uma queda nos preços.
Se houver um aumento relevante no mercado de milho, a proteção dele contra o aumento dos preços se limitará ao prêmio de 30 centavos que ele recebeu com a venda da opção de venda. Além disso, ao vender a opção de venda, o fabricante precisará colocar uma garantia de execução no momento em que vender a opção.
O fabricante também pode combinar posições short , put e long , call e, com isso, estabelecer uma faixa de preço de compra para o milho que ele precisa.
Por exemplo, ele poderia adquirir uma opção de compra at the money a um preço de exercício de US$ 4,00 por m prêmio de 30 centavos e, simultaneamente, vender uma opção de venda out of the money a um preço de exercício de US$ 3,75 por um prêmio de 20 centavos.
Ele estabelece essa posição com um prêmio líquido de 10 centavos, ou seja, o prêmio de 30 centavos que pagou menos o prêmio de 20 centavos que recebeu.
A opção de compra adquirida estabelece um preço máximo de US$ 4,10, ou seja, o preço de exercício da opção de compra a US$ 4 mais o prêmio líquido, e a opção de venda vendida estabelece um preço mínimo de US$ 3,85, isto é, o preço de exercício de US$ 3,75 mais o prêmio líquido.
As vantagens dessa estratégia são que ela cria uma faixa de preço de compra conhecido: o fabricante sabe de antemão quais são os preços máximo e mínimo que pagará Milho, e o prêmio que ele consegue permite que ele atinja um nível de preço mais baixo do que teria se apenas adquirisse a opção de compra.
A desvantagem é que isso limita a oportunidade de pagar um preço mais baixo pelo milho caso o mercado caia. Além disso, ao vender a opção de venda, ele precisará colocar uma garantia de execução nesta porção da transação.
Finalmente, o fabricante de alimentos para animais pode não fazer nada. Esta estratégia é a mais simples e a mais arriscada para um comprador de grãos. Isso pode até resultar no melhor preço de compra possível em caso de queda do mercado, mas não fornece nenhuma proteção em caso de um mercado ascendente.
Existem muitas estratégias disponíveis para compradores de grãos na hora de gerenciar o risco, e elas envolvem futuros, opções, mercado à vista ou uma combinação destes componentes, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens.
É importante que os hedgers conheçam bem todas as alternativas disponíveis e saibam quando uma estratégia específica deve ou não ser usada. Mas nem sempre uma estratégia eficaz para fazer o hedge de uma venda será a melhor escolha para a próxima.
Ninguém pode prever o futuro, mas os hedgers podem tomar medidas para gerenciá-lo. Comprar opções e futuros de grãos e oleaginosas significa se proteger contra a queda nos preços, e é uma medida acertada para gerenciar o risco de preço associado à venda dessas commodities.