Spreading é uma negociação em que você simultaneamente compra um contrato de futuros e vende outro e é uma estratégia popular entre quem negocia muitas classes de ativos diferentes.
Uma razão pela qual eles são populares é porque podem ser menos arriscados quando comparados aos futuros diretos. E, como são menos arriscados, eles também tendem a ter exigências de margem mais baixas.
Nesta lição, veremos os vários tipos de negociação de spread, incluindo os recursos que os tornam estratégias valiosas tanto para hedgers quanto para os especuladores.
Os spreads podem ser categorizados de três maneiras: spreads intramercados, spreads intermercados e spreads de "produtos de commodities".
Os participantes que utilizam estas estratégias se preocupam mais com a relação entre as “pernas” do spread do que com os preços ou com a direção reais do mercado.
Os spreads intramercados, também conhecidos como spreads de calendário, envolvem a compra de um contrato de futuros de um mês, ao mesmo tempo em que se vende o mesmo contrato mas de um mês diferente.
Um exemplo seria comprar o futuro do Eurodólar de março de 2018 e vender o contrato de futuros do Eurodólar de março de 2021.
Os traders de spreads de calendário são focados primeiramente nas mudanças na relação entre os dois meses do contrato; o objetivo desta estratégia é tirar proveito dessas mudanças. Na maioria dos casos, haverá uma perda em uma “perna” do spread, mas um lucro na outra. Se o spread de calendário der certo, o ganho na perna lucrativa superará a perda na sua contraparte.
Os spreads de calendário também são usados por hedgers para rolar uma posição de futuros de um mês para o próximo.
Os spreads intermercados envolvem simultaneamente a compra e a venda de dois futuros diferentes, mas relacionados, com o mesmo mês de contrato, a fim de negociar a relação entre os dois produtos.
Por exemplo, o spread de relação ouro e prata (Gold Silver Ratio) é uma ferramenta para negociar na relação entre os preços futuros de relação ouro e prata. Esse spread pode ver visto como um indicador da saúde da macroeconomia global.
Os participantes do mercado podem expressar suas opiniões sobre a economia ou a relação entre esses dois produtos com esse spread.
Os spreads de produtos de commodities envolvem a compra e venda de contratos futuros relacionados com o processamento de commodities primárias. Por exemplo, os spreads de esmagamento de soja envolvem a compra de futuros de soja e a venda de futuros de farelo de soja e óleo de soja.
Os participantes desse spread são capazes de simular os aspectos financeiros do processamento da soja, ou seja, a compra e o esmagamento da soja e a posterior venda do óleo e do farelo resultantes. Os spreads de esmagamento de soja permitem que os processadores façam hedge para seus riscos de preço ao mesmo tempo em que os traders olham para o spread para capitalizar em oportunidades potenciais de lucro.
Como mencionado anteriormente, um dos atrativos da negociação de spread é o risco relativamente menor em comparação com as posições de futuros definitivas e as margens inferiores subsequentes. Veja como isso funciona com os spreads de milho-soja.
Suponha que a margem direta para futuros de soja seja de US$ 3.000 e a margem direta para futuros de milho seja de US$ 1.500.
Em vez de colocar US$ 4.500 para negociar um spread nesses dois contratos, um trader pode receber um crédito de margem de 75% – ou seja, a margem inicial seria de US$ 1.125, o que reflete o menor risco de fazer spreading nos dois contratos em comparação à negociação de cada um deles.
Existem muitas estratégias de spreading que permitem que os participantes do mercado gerenciem o risco e capitalizem oportunidades potenciais.
Você pode aprender mais sobre spreads específicos de produtos em outras lições neste curso.